sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

USO DE PENICO COM BEBÊ: EDUCANDO PARA A AUTONOMIA



A educação é um processo contínuo ao longo da vida, ou seja, vai desde a geração até a morte do ser. Em todo tempo da nossa vida surgem fatos novos que temos que apreender e nos adaptar a cada realidade. No começo da vida, o papel de educar é quase sempre dos pais. São eles que ensinam a criança as formas de se comunicar, de se alimentar, de se vestir...

Pais conscientes sabem que devem educar nossos filhos para serem pessoas completas, autônomas e assim possam alcançar a tão sonhada felicidade. Por isso ensinamos nossos filhos a caminhar sozinho e até procurar se sustentar, SENDO RESPONSÁVEL PELA SUA PRÓPRIA EXISTÊNCIA. Cada ser vivo possui diferentes habilidades e maneiras de assimilar saberes, uns mais rapidamente, outros mais lentamente.

Com minha pequena Emília Poema estou no início dessa jornada, e uma interessante experiência que tive foi ver a capacidade de minha bebê que aos 2 meses, quando ela começou a ficar com a cabeça em pé, começou a usar o piniquinho. Muitos amigos só acreditam nessa peripécia quando vêem pessoalmente. Mas saibam, é fato e vou relatar com mais detalhes.

Ensiná-la a usar o penico para sair das fraldas tão cedo não era minha pretensão, isso foi algo que aconteceu meio que naturalmente. Primeiro porque percebi que desde os primeiros dias de nascida, quando a gente ia trocar a fralda dela, ela fazia suas necessidades assim que a gente desobstruía a saída tirando a fralda. As vezes era uma lambança só, merda pra todo lado, na parede e até no papai.

Comecei a perceber que quando ela queria fazer cocô, já dava seus sinais naturais: começava a soltar gases e fazer força, tipo se espremendo mesmo. Geralmente acontecia logo depois de uma mamada, quando há uma maior movimentação dos músculos intestinais e do diafragma. Imagino que isso acontece com todas as crianças, é só os pais ficarem atentos. Aí eu pensei, essa menina vai sair da fralda cedo, então tive a brilhante idéia de colocá-la no penico quando ela começasse a dar os sinais. Não deu em outra. Eu fico segurando ela sentadinha no penico e ela faz suas necessidades sem sujar nenhuma fralda. E pra incentivá-la a continuar eu a elogia sempre que ela usa o penico.

Com isso economizei no número de fraldas para lavar (a gente usa fraldas de pano). Ah, e eu tive outra vantagem, ela começou a chorar menos por causa dos gases que causam dores intestinais nos 3 primeiros meses, pois sem a obstrução da fralda, o bebê consegue soltar seus gases mais facilmente. Agora com 6 meses, a pequena ainda faz de vez em quando cocô na fralda, isso acontece geralmente quando a gente demora para prestar atenção em seus sinais, ou quando ela está com o intestino muito solto e não consegue esperar. Mas isso é raro. Às vezes ela chora quando a gente não leva ela pro penico.

Todo esse processo fica mais fácil quando estamos em casa, no ambiente e na rotina que ela está acostumada. Quando passeamos na casa de amigos que não tem penico a gente coloca ela no vaso e ela faz numa boa. Teve uma vez que estávamos visitando uma fazenda e ela deu sinal de que tava com muita vontade, ao 3 meses, e segurei ela acocada pra fazer cocô no mato mesmo, porque não dava tempo de ir ao banheiro.

É importante destacar que a educação tem um pouco de repetição e de condicionamento para acontecer. Começar a ensinar o bebê desde cedo a usar o penico tem outra vantagem que é pular uma etapa na aprendizagem da criança, pois ao invés de a gente associar a mente do bebê a fazer suas necessidades na fralda e depois ter o trabalho de ensinar pra ela que isso não é o certo e que ela tem que usar penico, a gente pula a fase da fralda e já usa o penico. Assim, ainda ajudamos o meio ambiente, com menos fraldas descartáveis ou lavadas.

Como historiadora e profunda estudiosa de práticas culturais de povos indígenas e tradicionais, e sobre os malefícios que o processo de industrialização que a nossa sociedade nos trouxe, cheguei a conclusão que muitas mães indígenas e de povos tradicionais não usam fraldas com nós por falta de acesso, e se adaptam a isso. Hoje, para escrever esse artigo, pesquisei sobre o tema e encontrei o seguinte depoimento:

"Entendo que muitas pessoas fiquem chocadas. Depois de décadas de escolhas convenientes para os pais e ruins para os filhos, parar de usar fralda é uma grande mudança cultural, um retrocesso.”
...
Existe até o movimento Diaper-Free que “é inspirado em mães de países da África e da Ásia que, sem outra opção, criavam as crianças sem fralda. Autora de dois dos três únicos livros sobre comunicação da eliminação nos Estados Unidos (" Infant Potty Training: A Gentle and Primeval Method Adapted to Modern Living" e "Infant Potty Basics: With or Without Diapers, the Natural Way"), Laurie Boucke é uma das pioneiras entre as mães americanas. Ela aprendeu o método com uma amiga indiana no início dos anos 80. "Eu usei o método convencional com meus dois filhos mais velhos, mas tive a oportunidade de fazer diferente com o caçula, que hoje tem 25 anos. Ele tinha três meses quando aprendi o infant potty training (treinamento de penico para bebê, nome que Laurie deu em seus livros para a comunicação da eliminação) e, depois disso, raramente precisou de fralda. Todo o processo foi ótimo e ele não teve qualquer problema psicológico. Mas, infelizmente, muitas mães na Ásia e em algumas partes da África estão começando a usar fraldas descartáveis, que agora são vendidas em qualquer esquina. Elas querem ser modernas, ocidentais", conta Laurie, que citou mães e bebês de tribos indígenas brasileiras em seu primeiro livro.”

Então fica aí a dica, basta paciência, e acho que essa deve ser a maior qualidade todo pai e mãe que ama seus filhos.

Copio aí alguns parágrafos do site que também defende o tema:

“Ignorar os sinais nos primeiros meses de vida pode significar mais trabalho depois, lá pelos dois anos, quando chega a hora definitiva de ensinar a usar o penico. Mas, para que as fraldas virem artigos dispensáveis na vida de um bebê recém-nascido, não basta prestar atenção aos sinais. A mãe precisa conhecer os horários do filho, estabelecer uma comunicação através de sons como "psss", seguir a intuição, ter o penico sempre à mão e jamais perder a paciência.”

“Uma pesquisa da Academia Americana de Pediatria – a AAP - mostrou que a idade de deixar a fralda mudou nos últimos 20 anos. Até os anos 80 do século passado, as crianças aprendiam a usar o penico antes dos dois anos. Agora, cerca de 60% ainda usam fralda aos três. Culpa da descartável, que vai até o número 6 (para crianças até 15kg), e dos livros de psicologia infantil, que defendem a idéia de que cada criança tem seu tempo. Os que seguem a linha freudiana alertam: pais que competem para tirar a fralda dos filhos mais cedo podem transformá-los em adultos desorganizados e destrutivos e os que punem os filhos durante o processo criam adultos ditadores e fechados.”

Espalhem a experiência para seus amigos.


Kelly Triacca
Mamãe da Emília Poema na foto.

Obs: Escrevei esse artigo a pedidos de amigas, que sugeriram um livro, mas acho que um livro é muito para falar de um tema tão curto.
Espero ter ajudado.


Fonte dos parágrafos copiados:
http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:Wyz8ptj_pHgJ:manoeldiasbrazil.spaces.live.com/blog/cns!3657E47F95D68560!286.entry+beb%C3%AAs+ind%C3%ADgenas+fralda&cd=3&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br&source=www.google.com.br

Curiosidades sobre os bebês na Antiguidade:
http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:snJ4RXJhqjoJ:babydez.com.br/%3Fcat%3D30+beb%C3%AAs+ind%C3%ADgenas+fralda&cd=16&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br&source=www.google.com.br